A agricultura vertical indor é a prática de cultivar plantas em ambientes fechados sob condições ambientais totalmente controladas em muitas camadas sobrepostas, usando iluminação artificial em vez do sol.
Ajustando o ambiente de cultivo às necessidades exatas da planta e usando técnicas de cultivo sem solo, a agricultura vertical pode alcançar rendimentos maiores do que a agricultura convencional. Um dos motivos para isso é que ela otimiza o ciclo de crescimento de cada espécie de planta em função da quantidade de iluminação diária, que na maioria dos casos, é superior a quantidade de horas de exposição a iluminação natural. Além disso, essa técnica pode ser utilizada 365 dias ao ano e sem a necessidade de pesticidas.
Neste artigo, entenda quais são os benefícios da agricultura vertical em âmbito social, ambiental e de qualidade dos produtos e conheça o projeto P&D da CSEM Brasil, em conjunto com AES Tietê e a BeGreen, desenvolvido através do Programa de P&D da ANEEL
Todas as pesquisas do setor agrícola apontam para um crescimento substancial na produção agrícola indoor. De acordo com o Allied Market Research, o mercado de fazendas verticais poderá atingir, globalmente, um índice de 6,4 bilhões de dólares em 2023. Isso representa um crescimento de 16x o número alcançado em 2013.
Os benefícios sociais são notáveis, principalmente porque a produção de agricultura livre de agrotóxicos passa a ser viável dentro dos centros urbanos. No cultivo tradicional — frutas, legumes e vegetais — é comum viajar milhares de quilômetros para chegar aos consumidores, perdendo frescor e qualidade ao longo do caminho e aumentando o risco de contaminação.
As fazendas verticais não demandam grandes espaços e podem ser cultivadas em qualquer local devido à iluminação artificial. Essa contribuição para a viabilidade econômica do negócio gera impactos sociais notáveis tais como:
Ao interromper o modelo altamente centralizado de produtos frescos, a agricultura vertical pode ajudar a superar diversos problemas, enquanto capitaliza a tendência mais ampla do consumidor em direção à produção local.
Desde que a iluminação artificial vem sendo utilizada, esse tipo de negócio opera com uma média de iluminação contínua por um período de 16 a 20 horas por ciclo diário. Dependendo do tipo e da escala da fazenda vertical, o consumo de energia por unidade pode variar de 8.700 MWh a 70.000 MWh por ano.
A iluminação artificial é o item de maior relevância na conta da energia e representa o segundo maior custo de uma fazenda vertical. Com a expansão da indústria de agricultura indoor, as distribuidoras de energia terão um forte aumento na demanda por eletricidade, portanto deverão estar atentos a esse novo modelo de consumo.
As concessionárias deverão considerar que, devido à grande quantidade de energia que esse mercado demandará no futuro próximo, haverá um forte impacto na entrega de energia e no serviço local relacionado à distribuição, subestações etc. Esse tipo de mercado demanda uma energia extremamente confiável, uma vez que eles não podem se submeter a interrupções de energia ou eventos emergenciais.
O projeto de P&D ANEEL que está sendo desenvolvido pelo CSEM Brasil, em parceria com a AES Tietê e a BeGreen, prevê a utilização de um sistema de iluminação full spectrum programável, para a aplicação no cultivo agrícola em fazendas verticais.
O ponto principal é desenvolver uma solução com custo otimizado, que garanta a possibilidade de fornecer a receita de iluminação otimizada para cada espécie. O trabalho de otimização energética, se não for elaborado com base nas receitas de iluminação e no monitoramento dos resultados da produtividade e qualidade do plantio, poderá gerar custos desnecessários para a operação, o que dificulta a consolidação desse modelo de negócio.
Por outro lado, sem essa otimização o custo da energia poderá inviabilizar o negócio. Esse projeto tem, portanto, um papel fundamental no desenvolvimento dessa nova tecnologia no país. Além disso, é importante destacar que esse mercado demandará um controle tarifário e de demanda.
Uma modulação dos horários de fornecimento de energia deverá ser feita para tornar o consumo o mais eficiente possível. O uso eficiente da energia poderá reduzir o impacto associado à geração e ainda contribuir para tornar a produção das fazendas verticais economicamente viável.
Considerando que esse mercado é extremamente novo no Brasil, a AES Tietê terá a oportunidade de ser pioneira na detenção do perfil de consumo, terá informações adequadas para garantir a estabilidade no fornecimento de energia e a melhor modulação da sua geração. O uso eficiente da energia ainda colabora para o impacto ambiental associado à geração e à emissão de carbono.
“o projeto em parceria com o CSEM e BeGreen tem um grande apelo sustentável, evitando desperdício e custos envolvidos no transporte alimentício, além de melhorar o aproveitamento de áreas de cultivo.” – Eduardo Heraldo – AES
A agricultura vertical é um modelo de cultivo acessível e adaptável aos mais diversos locais, principalmente os fechados. Além dos benefícios sociais, essa é uma prática que garante alimentos mais frescos e nutritivos, e diminuem significativamente os índices de perdas da produção. Entretanto, é uma atividade que requer estratégias quanto à demanda de iluminação, problema esse que o projeto P&D busca solucionar.